Maio/Junho 2013 Ano XLIII - nº 362
Directora:
Isabel de Castro e Lemos
ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL Fax: 226165769 -
E-mail:
laicado@gmail.com
L A I C A D O
D O M I N I C A N O
Directora:
Cristina Busto
ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL
FREI RUI DE ALMEIDA LOPES O.P NOVO PROMOTOR GERAL PARA O LAICADO DOMINICANOFelicitação e Agradecimento
Frei Rui Lopes, ainda nosso promotor pro-
vincial, foi nomeado pelo Mestre Geral da Or-dem dos Pregadores, promotor geral para oramo dos leigos dominicanos durante seisanos, visto o serviço do promotor anterior,Frei David Kammler, ter chegado ao seu ter-mo.
O jornal “ Laicado Dominicano” e o conse-
lho provincial leigo, em nome das fraternida-des da província portuguesa acolhem comgrande entusiasmo a notícia desta nomeação efelicitam-no com sentida e fraterna alegria,desejando-lhe as maiores bênçãos e êxitos nodesempenho das suas novas e exigentes fun-ções e missões. Agradecemos, também, o seu serviço delica-do e dedicado enquanto nosso promotor.DELICADO porque sempre tratou os lei-gos dominicanos das nossas fraternidades como maior respeito, deferência, afabilidade e dig-nidade.DEDICADO porque nas variadas visitas àsfraternidades, nas actividades provinciais e nasreuniões do conselho provincial leigo foi ma-nifesto o empenho interessado, competente,prudente, interpelante e encorajador.Exerceu, pois, as suas competências na fide-lidade às normas estabelecidas na nossa regra edirectório. Por este seu testemunho reiteramosa nossa admiração e gratidão. Após este caminho percorrido ficou maisclaro o perfil de um promotor das fraternida-des: estar imbuído de espírito de itinerância edisponibilidade com vista a uma promoçãocontinuada, efectiva e disponível.Bem haja por nos ter dito e demonstradoque acreditava e confiava nos membros desteramo da Ordem e da Família Dominicana epelo seu apelo a que vivamos sempre o carismadominicano na nossa condição própria de lei-gos pregadores no meio do mundo. Aguardamos com serena expectativa a no-meação do novo promotor, conscientes do seupapel imprescindível na vida das nossas frater-nidades.Creia-nos unidos na oração e comunhãofraterna em S. DomingosPelo Conselho,
Francisco Piçarra, op
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Laicado Dominicano Maio/Junho 2013
PALAVRA DO PROMOTOR
A ANUNCIAÇÃO (III)
Continuando a reflexão que vimos fazendo sobre olugar de Nossa Senhora na nossa vida, particularmentena nossa vocação de dominicanos, gostava de proporum exercício colocar lado a lado dois textos evangélicosem que aparece Nossa Senhora. O primeiro é aqueleque temos vindo a comentar, o texto da Anunciaçãoque se encontra no Evangelho de S. Lucas (Lc 1, 26-38)e o segundo é o do milagre de Caná, o primeiro mila-gre de Jesus que nos é apresentado por S. João no seuEvangelho (Jo 2, 1-12).Quem nos propõe esta comparação é o P. Schille-beeckx, teólogo dominicano belga, falecido em 2009,
no seu livro “A mãe do Redentor”. Pode parecer
-nosestranha a comparação porque compara dois textos deevangelistas diferentes, com uma visão teológica dife-rente, mas, mesmo assim, vale a pena laçarmo-nos nacomparação dos dois textos.Na Anunciação o evangelista diz-nos que Maria fi-cou perturbada (Lc 1,29), interrogava-se sobre o senti-do das Palavras do Anjo e timidamente pergunta ao
Anjo: “como será isto se eu não conheço homem?”.
Ao longo dos relatos que nos apresentam os factos rela-cionados com o nascimento e infância de Jesus, perma-nece esta atitude interrogativa de Maria que S. Lucas
apresenta nestas palavras: “ Maria guardava tudo istono seu coração” (Lc 2,19; Lc 2,51). Maria tenta desco-
brir o significado profundo de tudo aquilo que se refe-re a Jesus.O texto do milagre de Caná mostra Nossa Senhorade uma forma muito diferente. É Maria que toma a
iniciativa e vai ter com Jesus para lhe dizer: “não têm vinho” (Jo 2,3) e que apesar da resposta ambígua de Jesus, quase desalentadora: “que queres de mim mu-lher? A minha hora ainda não chegou” (Jo 2, 4), vai
confiadamente ter com os serventes de mesa e lhes diz
com toda a autoridade e confiança: “fazei tudo o queele vos disser” (Jo 2,5).
Parece que timidez da jovem de Nazaré se transfor-ma numa corajosa certeza e numa iniciativa arrojada.Pelo meio ficam trinta longos anos de proximidade,feitos de proximidade e de atenção na discrição da casade Nazaré. Maria vai seguir Jesus atentamente, conhece Jesus como ninguém, do ponto de vista humano, mas vai percebendo, igualmente, e progressivamente quemé este Jesus e qual a sua missão, vai percebendo o pro-jeto do Pai que passa por este Jesus que ela trouxe noseu ventre e fez crescer para a vida. Vai, por esta proxi-midade, descobrindo o alcance das palavras do Anjo,os acontecimentos da noite em que Ele nasceu e daadoração dos pastores e as palavras de mistério e dra-matismo do velho Simeão. Há todo um conjunto de verdades, há todo um penetrar no mistério que a proxi-midade de Jesus no recato da humilde casa de Nazaré vai oferecendo a Maria.Mas isto tem muito ver connosco. O crescimentona fé de Maria talha-se numa proximidade muito gran-de com Jesus, no dia a dia, observando os seu gestos eouvindo a Palavra que, a partir de agora, ultrapassaráos muros da sua casa e as ruelas de Nazaré, mas ondefoi proclamada como primícias do anúncio público doReino.De S. Domingos diz-se que foi crescendo de homemda regra, para se tornar homem apostólico. Foi a suaproximidade com Jesus, no silêncio do claustro de Os-ma, numa escuta com os ouvidos do coração da suaPalavra e num saboreá-la no sacramento do altar quelhe dá essa audácia apostólica que o leva a fundar aOrdem. A audácia apostólica que somos chamados a ter,nasce desta proximidade com Jesus, proximidade quese vive na perseverança da oração, no treino da escutada Palavra e do discernimento da sua aplicação na nos-sa vida. Só esta proximidade com Jesus nos permiteopções profundas no sentido do Evangelho e coragempara o propor como sentido de vida. Só esta proximi-dade com Jesus nos permite o anúncio destemido dasua palavra e a força perante as dificuldades que nos vêm da denúncia do que se opõe a este projeto.Como Maria cresceremos na fé e no compromissoapostólico se houver esta intimidade com Jesus, já nãona casa de Nazaré mas na morada do nosso coraçãoonde podemos ouvir a Sua voz. A proximidade de Je-sus na oração e na escuta da sua Palavra será sempre araiz sólida do nosso anúncio do Evangelho.
Fr. Rui Carlos Lopes, O.P.
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Laicado Dominicano Maio/Junho 2013
FAMÍLIA
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A MAIS IMPORTANTE DE TODAS AS REDES SOCIAIS
Fala-se hoje muito sobre a importância das redes soci-ais, com especial relevância das que são suportadas e ali-mentadas pelas novas tecnologias de informação e comu-nicação. Um computador portátil, um
tablet
ou um
smartphone
, uma rede de comunicação digital, e aí temos
nós a internet, o
e-mail
, os
sms
, o
skype
, o
facebook
, e todo
um mundo de possibilidades tecnológicas que, se por umlado facilitam a nossa vida (por exemplo, é por
e-mail
que
envio a minha colaboração para o Laicado Dominicano),por outro lado criam em nós uma ilusão de poder, decontrolo e uma falsa segurança. Estas tecnologias são,evidentemente, instrumentos para alcançar objetivos, sãoum meio à nossa disposição, mas não devem ser um fimem si mesmas, nem substituir a linguagem dos afetos e docoração, da proximidade, da relação pessoal que dá senti-do e colorido à vida. Sabem?
–
vem-me à cabeça o delicio-so romance
A Cidade e as Serras
, de Eça de Queiroz (se
não o leram, não percam a oportunidade), e aquele perso-nagem que no seu luxo parisiense, na mansão dos Cam-pos Elísios, tinha tudo, até um telégrafo por onde lhechegavam as mais variadas notícias de todo o mundo;mas faltava-lhe um motivo para a verdadeira alegria e umsentido para a vida, que veio a encontrar na simplicidadede uma aldeia do Douro e nas suas gentes.Mas a melhor e a mais eficaz rede social nos nossosdias continua, afinal, a ser a família. No encontro quoti-diano e na comunhão em que se tece a vida, ou no reen-contro dos que estão longe e voltam nas férias e nas fes-tas, esta rede, ora real e tangível, ora virtual por força dascircunstâncias, é uma rede em que fazemos a experiênciada comunhão e da vida em família. Sabemo-lo, com certe-za por experiência própria
–
quer seja nas nossas famíliasbiológicas, nas nossas famílias comunitárias
(fraternidades, comunidades religiosas, congregações) ou
na grande Família Dominicana
–
que a família, seja qualfor a sua configuração, é o lugar onde pertencemos e oafeto é a garantia desse sentimento de pertença. E, comosabemos, são estes vínculos que nos ligam e dão seguran-ça, mas também que nos fazem ter vontade de partir efazermo-nos ao largo. A família é isso: porto de abrigo eporto de partida.Nesta época em que a palavra crise está tão gasta etanto nos alarma (e não quero dizer que não haja razõespara tal e situações verdadeiramente aflitivas), não hánada como ouvir um avô ou uma avó contar as históriasda suas infâncias para fazermos ideia do que era realmen-te uma crise. Agora os tempos são outros, habituámo-nosa outras formas de viver e esta transição revela-se crítica,dolorosa e desorientadora. Mas são as famílias, como re-de social, que estão a desempenhar um grande e funda-mental papel de suporte para o descalabro não ser maior. Aqui há tempos, na região onde vivo (em Trás-os-Montese Alto Douro), diziam-me que ultimamente o consumode pão aumentou nas aldeias, porque os pais e avós queali vivem compram para dar aos filhos e netos que vivemnas cidades. De facto, não podemos ignorar que é à portados pais, e não raramente dos avós, que batem muitoscasais novos, em início de vida, que planificaram as suas vidas e que se confrontam agora com dificuldades inespe-radas, ou jovens desempregados que, depois de uma expe-riência de autonomia, voltam ao porto de abrigo enquan-to não passa a tempestade.
José Carlos Gomes da Costa, o.p.
EM VIDA, IRMÃO, EM VIDA
Se queres fazer o bem a Alguém a quem queiras muito,Diz-lhe, hoje, o teu querer.Fá-
lo em vida, irmão, em vida…
Se desejas oferecer uma flor, não esperes que ela murcheManda-lha hoje, com amor.Fá-
lo em vida, irmão, em vida…
Se desejas dizer com verdade “gosto de ti” à gente da tua
casa, aos que te são queridos, Ao amigo perto ou longe, di-lo hoje.Fá-
lo em vida, irmão, em vida…
Não esperes pela sepultura das pessoas para as amar comlealdadeE dar-lhes a sentir a tua ternuraFá-
lo em vida, irmão, em vida…
Se ser muito feliz mereces,Se aprenderes a fazer felizes a todos os que conheces
Em vida, irmão, em vida…
Nunca visites panteões nem enchas tumbas de floresEnche de amor os coraçõesEm vida, irmão, em vida faz o bem,Bem feito, a todos, a tempo e horas
Em vida, irmão, em vida Significativa…
Frei Bernardo Domingues, o.p.
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Laicado Dominicano Maio/Junho 2013
AGENDA FAMÍLIA DOMINICANA
PEREGRINAÇÃO NACIONAL DO ROSÁRIO EDA FAMÍLIA DOMINICANA
A Peregrinação Nacional do Apostolado do Rosá-rio e da Família Dominicana ao Santuário de Fátimarealiza-se nos próximos dias 28 e 29 de Setembro.Por indicação do Santuário de Fátima a Peregrinaçãodo Rosário insere-se no programa oficial do Santuá-rio para esse Domingo. Assim, às 10h00, terá lugar arecitação do Terço na Capelinha das Aparições, sen-do a recitação de um dos mistérios orientado por umrepresentante do Apostolado do Rosário. Pelas
11h00, organizar-se-
á a procissão para o altar do Re-
cinto, seguindo-se a celebração da Eucaristia interna-cional, presidida pelo Sr. D. José Garcia Cordeiro,Bispo de Bragança
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Miranda.Para o dia de sábado o programa será o seguinte:
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14h30, chegada ao Centro Pastoral Paulo VI
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15h00 apresentação das dioceses
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15h30 Festa da Família Dominicana: “Maria:Contemplação e Pregação da Palavra”
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17h00 Procissão para a Capelinha das Apari-ções e Saudação a Nossa Senhora
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21h30 Celebração do Rosário (na Capelinhadas Aparições)
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22h45 Vigília de Oração (no Centro PastoralPaulo VI)Como na peregrinação de 2012, pedimos aos Associados do Rosário o maior empenho na partici-pação nesta peregrinação, momento único, para tes-temunharmos, em conjunto, a nossa vivência da es-piritualidade do Apostolado do Rosário, dentro daFamília Dominicana. Todos aqueles que puderem,levem os estandartes ou bandeiras dos Centros doRosário para se identificarem e darem maior desta-que à nossa presença no Santuário de Fátima.
Fr. José C. Vaz Lucas, o.p.
JORNADAS NACIONAIS DA FAMÍLIA DO-MINICANA
Vão ter lugar, no fim de semana de 8 a 10 de No- vembro, em Fátima, as próximas jornadas da família
Dominicana, sob o tema “Laicado Dominicano e apregação”.
Como já é habitual, haverá espaço para conferên-cias, painéis e debate, sem esquecer os momentoscelebrativos e de convívio.
Cristina Busto, o.p.
CAPÍTULO PROVINCIAL - 2013
O P. Provincial da Província Portuguesa da Or-dem de São Domingos, fr. José Manuel Valente daSilva Nunes, op, convocou hoje, dia 30 de Março, opróximo Capítulo Provincial, que começará no pró- ximo dia 2 de Setembro, no Convento de São Do-mingos de Lisboa.De acordo com as Constituições da Ordem dosPregadores, compete ao Capítulo eleger o prior pro- vincial (cf. LCO 353), tratar de tudo aquilo que digarespeito à vida fraterna e apostólica, bem como à boaadministração da Província, e proceder à eleição dosdefinidores, dos conselheiros e dos delegados aospróximos Capítulos Gerais (cf. LCO 351 § I).Na mesma carta convocatória, o P. Provinci-al recomendou a todos os membros da Província eda Família Dominicana que rezem pelo bom êxito ebons frutos do Capítulo.
Notícia retirada do site da Província Portuguesa da Ordem de S.Domingos
(www.dominicanos.com.pt)